O relatório de prestação de contas de 2024 da Câmara Municipal de Paços de Ferreira foi aprovado mas com a oposição do Partido Social-Democrata (PSD), que criticou a falta de “investimentos estruturantes” no concelho, apesar da redução da dívida.
O vereador responsável pelas finanças, Joaquim Sousa, apresentou um panorama positivo da execução orçamental, com uma taxa de execução de cerca de 90% tanto na receita quanto na despesa. A receita total aumentou cerca de 9% face ao ano anterior, destacando-se o crescimento dos impostos diretos e as transferências do Estado, que representam a maior fatia do orçamento municipal. O município também viu a dívida reduzida, e o prazo médio de pagamento a fornecedores foi reduzido para quatro dias.
A despesa também aumentou em 7%, com destaque para o aumento significativo do investimento, que subiu 120%, representando agora 30% do orçamento municipal. No entanto, Joaquim Sousa admitiu que o saldo orçamental não foi o desejado, principalmente devido à falta de receitas de fundos comunitários que não foram recebidas a tempo.
Por outro lado, o PSD, através de Miguel Moreira, manifestou-se contra o relatório, acusando o executivo socialista de canalizar recursos para despesas correntes em vez de investir em infraestruturas essenciais para o desenvolvimento do concelho. Moreira criticou ainda o PS por não ter concretizado promessas de investimentos significativos e comparou Paços de Ferreira com outros concelhos da região, como Paredes e Penafiel, que têm apostado em grandes obras e atração de investimento.
Em resposta, Francisco Magalhães, do PS, defendeu a gestão do município e acusou o PSD de fabricar “narrativas de derrota”. Salientou os avanços na educação, como a criação de uma rede de creches municipais, e desmentiu as acusações do PSD, afirmando que muitas das promessas não cumpridas mencionadas pela oposição estão em curso ou em fase de aprovação.
Paulo Ferreira, presidente da Câmara, também se pronunciou, destacando a redução significativa da dívida municipal e o trabalho realizado pelo executivo socialista, acusando o PSD de não reconhecer o trabalho positivo realizado durante o seu mandato.