Uma utente da freguesia de Boim, no concelho de Lousada, esperou mais de 5 horas no serviço de urgências do Hospital Padre Américo, em Penafiel. Depois de ter dado entrada na unidade hospitalar, na madrugada de dia 20 de maio, com a cabeça rachada e após ter desmaiado em casa, a mulher de 71 anos não teve qualquer assistência depois da triagem com pulseira de cor amarela. Sem qualquer retorno, e vendo que, apenas 1 pessoa tinha sido atendida durante 5horas, o familiar e a utente decidiram abandonar o hospital e recorrer a serviços privados para tratar da pequena fratura na cabeça.
Na manhã seguinte, pelas 11h44, o acompanhante recebeu mensagens telefónicas do Hospital Padre Américo a informar de que a utente estaria em consulta médica e, pelas 13h19, a aguardar a realização de exames. Contudo, a mulher não tinha sido consultada nem avaliado por um médico e, nessa altura, já tinha abandono o hospital.
A denúncia feita pelos familiares serve, segundo a família “para alertar todas as pessoas que necessitem daquele serviço”. A familiar da utente mostra-se preocupada com a situação, uma vez que “há muitos idosos que não conseguem falar e ficámos a pensar no que poderão passar naquele lugar” confessa.
O TVS contactou o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa que lamentou o tempo de espera originado pela elevada afluência ao serviço e justificou as mensagens pelo sistema automático que foi adotado pelo hospital para facilitar o acompanhamento da evolução do atendimento aos doentes e para melhorar a resposta no que toca ao tempo de espera.
O hospital explicou que “em função da descrição da triagem, há determinados doentes, aos quais são imediatamente pedidos os exames, aquando da verificação da situação que originou a ida à urgência, mesmo sem prévia observação física do doente e para agilização de processos”.
Quanto aos alegados erros relativos ao envio tardio de mensagens de acompanhamento à utente de Boim, nada foi esclarecido ou justificado. Apenas foi dito que “o hospital continuará a fazer de tudo para obter uma resposta mais humanizada e efetiva, embora nem sempre consigam obter os resultados desejados”.