“A educação é a arma mais poderosa que podemos usar para mudar o mundo”
A Associação Desportiva e Cultural de Lodares foi fundada em 1979 e é uma organização sem fins lucrativos que compete na Segunda Divisão Distrital da Associação de Futebol do Porto. Atualmente, o Lodares tem 140 atletas inscritos e apenas 20 têm idade adulta. Joel Marques é presidente do Lodares desde 5 de setembro de 2022.
Terras Vale do Sousa (TVS): AAssociação Desportiva e Cultural de Lodares nasceu há 43 anos com o intuito de promover o “espírito coletivo” tanto na Cultura, como no Desporto, hoje o foco é o mesmo?
Joel Marques (JM): Sim, o foco é fazer da Associação Desportiva e Cultural de Lodares um local onde todos têm a possibilidade de participar na vida da Associação. As Associações vivem das pessoas, queremos ter mais gente e juventude connosco!
TVS: Antecipando uma resposta positiva, o que tem sido feito para continuar nesse caminho?
JM: Temos trabalhado na promoção do desporto e da cultura, crescemos ao nível do futebol, contando hoje com sete escalões federados. Temos desenvolvido atividades lúdicas, contámos com o nosso grupo de cavaquinhos que voltou ao ativo após a pandemia e já realizou três espetáculos e temos incentivado um grupo de jovens, “ Os caramelos”, no seu gosto pelo teatro, tendo inclusive inaugurado o auditório da Freguesia de Lodares com a peça Santíssima Trindade, com o apoio da Junta de Freguesia de Lodares. Queremos que todos sintam que fazem parte deste projeto.
TVS: E o que, desde a fundação, em 1979, mudou?
JM: A ADC Lodares tem passado por várias direções onde estas desenvolveram e fomentaram o espírito coletivo, de acordo com as suas ideologias, mas, acima de tudo, a fazerem aquilo em que acreditavam ser o melhor para a comunidade. Passaram por aqui pessoas que dedicaram muito do seu tempo no seu desenvolvimento e crescimento. Neste momento, o projeto cresceu e continua em crescimento, como nunca esteve ao nível desportivo. A ADC Lodares mais do que um projeto desportivo quer ser cada vez mais um projeto social.
TVS: Quantos miúdos, jovens e adultos vestem, atualmente, a camisola pela ADC Lodares, no que ao Desporto diz respeito?
JM: Temos 140 atletas, sendo que com idade de adulto são apenas 20. A ADC Lodares é hoje reconhecida, acima de tudo, como um clube de formação, à sua maneira, com os seus valores e forma de estar no desporto muito próprios.
TVS: Como é que se anima cada equipa e cada jogador a dar o máximo em campo?
JM: O desporto tem de ser uma atividade física integradora na sociedade, que desenvolve a confiança enquanto indivíduos e atletas, assim como a autoestima. Isso depende sempre da forma que abordamos a prática desportiva da modalidade e a relação do atleta com esta.
TVS: A equipa de futebol sénior, em 34 jogos, somou 26 derrotas, um empate e apenas sete vitórias. O que explica, na sua opinião, estes resultados?
JM: Explica, neste momento, aquilo a que chamo criação e desenvolvimento de base para o caminho que considero, que terá de ser percorrido para um futuro a médio e longo prazo, de forma a alcançar o sucesso de um modo consistente.
TVS: A confiança no treinador mantém-se?
JM: Quando é o treinador a responder a estas perguntas torna-se difícil, mas fazendo uma análise do ponto de vista estatístico, aquela que define o histórico desportivo, tendo em conta os anos de participação em competições concelhias e federadas (regional), a média de vitórias e títulos nesses anos, a análise em função do resultado será positiva, isto porque todos lutaram pelo sucesso. Atualmente, neste caminho federado, o que posso afirmar é que esta época, num contexto interno difícil, superamos de forma estatística o ano anterior, com competência, dedicação e, acima de tudo, com muita seriedade.
TVS: Que objetivos foram traçados no início da época, para cada escalão?
JM: Educar e ensinar a serem competitivos de forma consistente. Todos os escalões têm níveis diferentes de exigência, pois depende sempre do contexto de cada um.
TVS: A ADC Lodares é uma Associação com recursos financeiros limitados ou a gestão das equipas de trabalho e dos projetos é folgada?
JM: Tem um orçamento limitado, só com rigor conseguimos alcançar os objetivos de manter a associação sem dívida, algo muito difícil hoje em dia. Ainda mais difícil é a situação de estarmos a jogar fora de casa há quatro anos.
TVS: Como é que o presidente tem desenvolvido a relação da Associação Desportiva e Cultural de Lodares com os sócios e os parceiros oficiais? É fácil convencê-los de que a Associação precisa de investimento?
JM: Neste período muito curto, temos, essencialmente, estabelecido um contacto mais direto, conhecendo mais de perto a perspetiva da cada sócio e todo o contributo dado em prol da associação. Queremos trabalhar para que os sócios e patrocinadores continuem a acreditar neste projeto e a identificarem-se com o trabalho que está a ser desenvolvido.
TVS: A Cultura para a Associação é um parente pobre ou o que é feito está em pé de igualdade com o investimento canalizado para o Desporto?
JM: Como o desporto vive da disponibilidade das pessoas, para fazer cultura tem de existir também essa disponibilidade. O apoio para a cultura será sempre o mesmo do futebol, se o fizermos, o apoio será dado.
TVS: Ainda há candidatos a aprendizes de cavaquinho?
JM: Sim, não da forma pretendida, ou mesmo a necessidade, mas, como tudo na vida, é com a persistência certa.
TVS: Que legado/marca espera deixar na ADC Lodares?
JM: Uma ADC Lodares que promova a união de uma comunidade em prol da educação, cultura e desporto, que usufrua de instalações de acordo com a sua atividade, com a construção de um campo de futebol sintético adequado para a prática desportiva. A evolução e criação de infraestruturas para a cultura, de forma, a desenvolvermos e proporcionarmos oferta cultural para a comunidade envolvente, mas acima de tudo com um fator muito importante, o sentido de proximidade, onde todos devem participar, a olhar uns pelos outros, cada um com as suas capacidades e valências. Que os mais jovens sejam a alma e o coração da esperança de um mundo mais equilibrado e justo para todos.
PERFIL
1. Nome: Ricardo Joel da Silva Marques.
2. Profissão: Técnico Operação.
3. Estado civil: Casado.
4. Filhos: Não.
5. Data de nascimento: 09/05/1981.
6. Naturalidade: Paredes.
7. Livro de eleição: O Principezinho, de Antoine de Saint-Exupéry.
8. Filme preferido: A vida é bela, de Roberto Benigni.
9. Máxima de vida: Estar em constante evolução e aprendizagem, contribuir para uma sociedade mais solidária, justa.
10. O que mais gosta de fazer: Neste momento descansar e estar em família.
11. Música de partir o coração: Smile, Nat King Cole.
12. Cantor/Grupo: Queen.
13. Ídolo: O meu pai, pela sua humildade e bondade; a minha mãe, pela sua força, na capacidade de ultrapassar obstáculos.
14. O que mais e menos gosta da sua terra: Gosto das verdadeiras pessoas da terra, das que tenho boas memórias de infância. Da juventude que temos neste momento, sendo um problema nacional, não gosto da falta de respostas sociais, da falta de iniciativa e das críticas sem conhecimento de causa.
15. Se fosse para uma ilha deserta quem levaria consigo? Depende do tempo que lá iria ficar…
16. Se lhe concedessem três desejos o que pediria? Ficam para mim…
17. Conseguia viver sem telemóvel? A vida é uma constante adaptação.
18. Se ganhasse a lotaria, o que faria em primeiro lugar? Nunca pensei nisso, para mim o dinheiro não é o mais importante.
19. Carro dos seus sonhos: Não tenho, desde que seja seguro e me leve onde preciso, está bom.
20. A viagem dos seus sonhos: Todas. O importante é conhecer a experienciar as diversas culturas existentes.
21. O que o faz mais feliz:Estar em paz, junto de quem amo.
22. O seu maior pesadelo: Falta de saúde dos meus, perda.
23. Era capaz de fazer uma plástica? Não faz parte dos planos.
24. O que pensa sobre eutanásia: Concordo em situações limite, irreversíveis, de extrema dor física e /ou psicológica, com devido consentimento consciente.
25. A sua última viagem: Sul de França.
26. Líder político digno de admiração: Nélson Mandela.
27. Amuleto da sorte: Não acredito em sorte, as coisas acontecem fruto das nossas ações ou omissões, para o bem ou para o mal.
28. Maior virtude: Resiliência.
29. Maior defeito: Mau acordar.
30. Um ensinamento para a vida: A vida ensina!