A tarde quente do passado domingo, 26 de maio, levou a que o ambiente fosse ainda mais de festa no estádio do Aparecida Futebol Clube (Aparecida FC), na vila de Aparecida, no concelho de Lousada.
A equipa aparecidense precisava de vencer o Nogueirense para garantir o título de campeão da Divisão Honra da Associação de Futebol do Porto (AF Porto), a uma jornada do fim da competição. Mas, “os da casa” até começaram pior. Aos 30 minutos de jogo, o Aparecida FC já perdia por 0-2.
Contudo, a equipa mostrou que não “deitava a toalha ao chão” e, ainda antes do intervalo, conseguiu reestabelecer a igualdade no marcador. No segundo tempo, o Aparecida acreditava que a festa de campeão podia ser festa já este domingo e nunca deixou de ir à procura do golo que “carimbava” o título de campeão e a subida de divisão. No período de descontos, o Estádio Aparecida Futebol Clube foi ao delírio com o golo de Benito, que garantiu o título de campeão e a subida à Divisão Pró-Nacional. O público ficou ao rubro e festejou de forma efusiva nas bancadas e, no final do encontro, dentro de campo com jogadores, equipa técnica e presidente. A equipa do Aparecida FC festejou nas ruas de Aparecida e no centro da vila de Lousada. Jogadores, equipa técnica e presidente percorreram, num camião, as ruas do centro da vila lousadense e terminaram em êxtase com a comemoração na Praça da Pocinhas. O Estádio Aparecida Futebol Clube recebeu nessa tarde cerca de mil adeptos, alguns acompanharam os festejos de jogadores e equipa técnica pela noite dentro.
Presidente assume felicidade mas adverte para trabalho árduo
Cristóvão Cunha não escondeu a felicidade naquele que era um objetivo “assumido internamente pelo clube. Dentro de portas, sempre ambicionámos por este objetivo, que agora conquistamos. Ia ficar um amargo de boca se não o conquistássemos. Ele é fruto de muito trabalho e é nesse trabalho duro e árduo que temos pela frente que já estou a pensar”. O presidente do Aparecida FC assume que “foi um momento de muita emoção e muitas lágrimas de alegria pela recompensa de um ano de trabalho”. O responsável máximo pelo clube não escondeu a alegria e emoção de, “nas comemorações pelas ruas da vila de Lousada, vermos bandeiras e camisolas nas janelas das pessoas e estas apoiarem-nos e a festejarem connosco. Nós também somos um clube do concelho. Somos o clube mais bem representado do concelho e o mais antigo”, assume. Cristóvão Cunha já pensa no futuro e revela que serão necessárias fazer “obras no estádio, porque os jogos vão ser filmado na próxima época, mas não só. Vamos para um campeonato com outras condições, mas também, necessidades”. O presidente aparecidense apela por isso à autarquia: “Que olhem mais para nós, que nos deem mais apoio porque nós também precisamos muito”.
José Oliveira foi o “mentor” da conquista
Foi ao “leme” de José Oliveira que o Aparecida FC conseguiu um feito histórico na “vida” do clube. A época ainda não tinha terminado e o Aparecida FC já tinha batido recordes nacionais. “São números que marcam a região como também todo o país. Nunca ninguém em 30 jornadas tinha vencido tantas vezes como nós, que conseguimos 29 vitórias e um empate. Ouve-se muito falar no Real Madrid e no City que conseguiram chegar aos 99 pontos. O Aparecida já fez 101”, refere o técnico, assumindo o orgulho por fazer história num clube que “tem 93 anos de existência”, escrevendo “uma página que ficará eternizada na história do Aparecida, da região de Lousada. Mas, acima de tudo, da AF Porto”. O percurso recheado de sucesso foi também moldado através de uma postura cautelosa, a partir da direção, para que “não houvesse mais pressão”. Algo que José Oliveira entendeu por estar ciente que o objetivo da promoção “não ia ser fácil. Nós assumimos sempre que o objetivo era colocar o Aparecida na divisão mais alta da AF Porto e também queríamos ser a equipa mais representativa do concelho de Lousada. Disse ao presidente que no final iria ser assim e felizmente as coisas acabaram por acontecer dessa forma”. O que o técnico não admite é “uma narrativa de desprezo” pelo que foi alcançado. “Eu sei que pode ter parecido fácil, mas nós dávamos o máximo, os jogadores davam o máximo e foram soberbos”, destaca José Oliveira, dizendo-se ainda “encantado pela assistência”, destacando “os Ultras do Aparecida”, por terem dado “uma energia e um contágio extremamente positivos. Fiquei completamente rendido”, confessa.