Desde o dia 22 de outubro, a Unidade Local de Saúde do Tâmega e Sousa (ULSTS) está a tentar reduzir a pressão sobre os serviços de urgência, é o grande objetivo do projeto “Ligue Antes, Salve Vidas”.
A partir dessa data, os utentes têm de contactar a linha SNS24 para se deslocar ao serviço de urgência do Hospital de Penafiel.
Na apresentação do projeto, que decorreu esta sexta-feira, 18 de outubro, Henrique Capelas, presidente do Conselho de Administração da ULSTS alertou para a necessidade de se “evitar as falsas urgências”, um problema que pode ser combatido com a implementação do novo projeto do Ministério da Saúde. “É um problema de todo o país e esta unidade local de saúde não é exceção. Foi uma clara aposta do Ministério da Saúde e deste Conselho de Administração “, destacou Henrique Capelas, que aproveitou o momento para recordar alguns números.
De acordo com o presidente do Conselho de Administração da ULSTS, Portugal tem uma média de 70 urgências por 100 habitantes. Um número que “nos diz muito, se atentarmos que a média de utilização dos países da OCDE anda nos 30 episódios por 100 habitantes. Isto mostra que efetivamente as coisas não estão bem nesta área em Portugal. Há registo de cerca de seis milhões e meio de urgências por ano e dessas, 45% são falsas urgências (as urgências dos brancos, dos verdes, dos azuis). Portanto, são três milhões de urgências, por ano, que deveriam ser perfeitamente evitáveis”, alertou.
Por isso, o presidente do CA considera importante “atacar o problema de raiz” e “capacitar o cidadão para o ajudar a fazer uma escolha mais correta do tratamento, ou seja, incentivá-lo a ligar para o SNS24. Com este projeto pretende-se, também, garantir uma resposta mais adequada e em tempo útil, que permita fazer uma gestão mais correta dos serviços de urgência e que permita que os vermelhos, os laranjas e os amarelos sejam atendidos em tempo mais adequado”, reforçou Henrique Capelas.
No caso dos utentes em que a situação clínica não seja considerada urgente, na triagem do SNS 24, os mesmos serão encaminhados para consulta nos centros de saúde, com agendamento de consulta para o próprio dia ou para o dia seguinte.
“Quando o utente ligar para o SNS24 e se tiver indicação para ser observado no centro de saúde, vai ter uma consulta com hora e local marcados. Não há ninguém com uma necessidade em saúde que não veja satisfeita essa sua necessidade. O que vai haver é uma regulação de como é que este contacto e essa necessidade vai ser satisfeita, através de um profissional de saúde, nomeadamente os enfermeiros da linha SNS24, que vão determinar qual é o local mais adequado para que essa necessidade de saúde seja satisfeita. Desta forma vamos organizar o sistema, racionalizá-lo, o que significa que vamos prestar melhores cuidados aos nossos cidadãos”, explicou Nélson Pereira, diretor clínico para os cuidados hospitalares.
Os utentes que não tenham ligado para o SNS24, antes de chegar à urgência, terão de o fazer no local, sendo disponibilizado um telefone dedicado para o efeito, em caso de necessidade do utente. “Será acolhido por uma equipa que lhe vai dar a indicação do que deve fazer, que é ligar ao SNS24 e vai convidá-lo a fazer isso nesse momento. Para isso, há um telefone dedicado, em que basta levantar e, automaticamente, a chamada é efetuada. Depois, o enfermeiro do SNS24 vai fazer a triagem e decidir qual o local mais adequado para este doente. Se for para ficar no serviço de urgência ficará, se for para ir ao centro de saúde vai indicar uma hora. Será muito importante que os cidadãos colaborem neste processo, por isso, não se dirija a um serviço de urgência sem ligar para o SNS24 em primeiro lugar. Claro que se estiver perante uma situação emergente, vai ser admitido e vai ser tratado”, reforçou o diretor clínico para os cuidados hospitalares.