No panorama económico atual, comprar e arrendar casa em Portugal demonstra-se cada vez mais desafiante e, a fim de compreender melhor esta evolução, a Idealista analisou o quarto trimestre do mercado imobiliário de 2023 e 2024 e as respetivas taxas de esforço.
A taxa de esforço é um indicador que mede o impacto do custo da habitação no poder de compra familiar e, consequentemente, pode oferecer uma perspetiva da qualidade de vida da população. Após a análise das 20 capitais de distrito de Portugal continental e ilhas, verificou-se em Viana do Castelo o maior aumento percentual da taxa de esforço no arrendamento, passando de 47% para 57%. No entanto, quando analisada a parte do rendimento familiar necessária para arrendar uma casa, verifica-se que em Lisboa e Funchal são os locais mais caros, sendo necessário 91% rendimento. Ponta Delgada (8 p.p.), Lisboa (4 p.p.), Setúbal (3 p.p.), Braga (2 p.p.), Coimbra (2 p.p.), Funchal (2 p.p.), Viseu (2 p.p.) e Aveiro (1 p.p.) também registaram um aumento relativamente ao período homólogo de 2023. Em contraste, a taxa de esforço diminuiu em Faro (-11 p.p.), Beja (-10 p.p.), Évora (-7 p.p.), Bragança (-6 p.p.), Portalegre (-2 p.p.), Castelo Branco (-2 p.p.), Santarém (-1 p.p.) e Vila Real (-1 p.p.). Os distritos da Guarda, Leiria e Porto mantiveram uma taxa inalterada de, respetivamente, 35%, 48% e 76%.
Relativamente à percentagem destinada à compra de imóveis, o maior aumento registou-se em Portalegre (+4 p.p.), seguindo-se Setúbal (+3 p.p.), Vila Real (+3 p.p.), Santarém (+1 p.p.), Ponta Delgada (+1 p.p.) e Bragança (+1 p.p.). Em oposição, verificou-se uma diminuição no Funchal (-13 p.p.), Porto (-10 p.p.), Viana do Castelo (-8 p.p.), Faro (-8 p.p.), Lisboa (-8 p.p.), Évora (-7 p.p.), Braga (-6 p.p.), Leiria (-6 p.p.), Castelo Branco (-3 p.p.), Aveiro (-3 p.p.), Coimbra (-2 p.p.) e Beja (-2 p.p.). Na Guarda e em Viseu, a taxa manteve-se inalterada situando-se em, respetivamente, 17% e 50%.
Analisando os dados de forma evolutiva, no final de 2024, o esforço financeiro exigido para arrendar uma casa era de 83%, dois pontos percentuais acima do registado no final de 2023. Por outro lado, quando analisado o esforço para comprar verifica-se que, de 2023 para 2024, diminuiu de 72% para 70%. No entanto, é ainda importante realçar que a taxa de esforço recomendada para comprar casa em Portugal é de 33%, algo que é amplamente ultrapassado na maioria dos distritos, com o Funchal a registar uma taxa de 102%, seguindo-se Faro (101%), Lisboa (95%), Porto (73%) e Aveiro (69%).