António Moreira, de 55 anos, admitiu esta terça-feira, 16 de setembro, no Tribunal de Penafiel, ser o autor de uma violenta tentativa de homicídio contra a sua esposa, ocorrido a 12 de novembro do ano passado, em Irivo, Penafiel.
O ataque aconteceu junto ao café da família, onde a vítima, Lurdes Sousa, 52 anos, trabalhava. O arguido confessou ter disparado três vezes a curta distância contra a mulher, atingindo-a no rosto e no tronco, sem, contudo, lhe tirar a vida.
Depois dos disparos, António Moreira obrigou ainda a companheira a ingerir um produto tóxico, do qual também bebeu, numa tentativa de pôr fim à vida de ambos.
Apesar da gravidade das lesões, os dois sobreviveram após serem assistidos pelos Bombeiros de Paço de Sousa e pela equipa da viatura médica de emergência e reanimação. Lurdes Sousa foi inicialmente levada para o Hospital Padre Américo, em Penafiel, e mais tarde transferida para o Hospital de São João, no Porto, onde foi submetida a cirurgia.
A arma utilizada nunca chegou a ser recuperada, apesar das buscas feitas com recurso a cães treinados. O casamento de quase três décadas era marcado por episódios de violência doméstica, motivados por ciúmes e agressões físicas. Embora nunca tivesse formalizado queixa, Lurdes Sousa dirigira-se ao posto da GNR poucos dias antes do ataque para denunciar uma agressão do marido.
António Moreira, emigrante no Panamá que regressara recentemente a Portugal, encontra-se em prisão preventiva. A confissão total do crime permite que o julgamento avance diretamente para a fase de alegações finais, estando a leitura da sentença prevista para as próximas sessões.