24 outubro 2024, 15:17
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    InícioReportagemCristian Sake: O Dj lousadense que está “na moda”

    Cristian Sake: O Dj lousadense que está “na moda”

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    Cristiano Leal, mais conhecido como Cristian Sake, tem 30 anos, é natural da freguesia de Lustosa, em Lousada, residindo, atualmente, em Figueiró, Paços de Ferreira, abraçou a carreira de Dj há cerca de 12 anos. Começou a passar música em festinhas e agora é “a alma” das grandes festas. É o que costuma ouvir muitas vezes.

    Em entrevista ao Terras do Vale do Sousa (TVS), Cristian Sake (nome artístico) conta-nos um pouco do seu percurso de vida e como conseguiu estar em grandes palcos nacionais, e até internacionais, tendo começado com “meia dúzia” de espetadores.

    “Já estou nesta vida de Dj há 12 anos, portanto, comecei aos 18 anos, mais ao menos, e na altura formei uma dupla com um colega. Isto começou literalmente como uma brincadeira, e quando o meu colega foi para a universidade paramos um pouco com a música. Sozinho, estou nisto há uns 10 anos. Fui crescendo, e crescendo, e agora estou aqui”, conta.

    Recuando aos inícios, onde a carreira de Dj ainda não podia ser considerada, Cristian Sake conta que aos 16 anos a paixão surgiu porque decidiu fazer uma festa na cantina da Escola Básica e Secundária de Lustosa, onde estudou. “Na altura só tocava no computador, tocava sentado, algo que agora é impensável, e utilizava o Windows Media Player, que era o que havia na época”. Começou a fazer residências, principalmente em bares na zona do Vale do Sousa, o que se manteve por vários anos. Hoje em dia, continua a “não ter um sábado de folga há anos”.

    “Nunca levei isto muito a sério, nem coloquei pressão nesta carreira, mas acho que o bichinho e o gosto por passar música nasceu daí. Juntava-me com o meu colega e produzíamos músicas”, explica.

    Em paralelo com a carreira de Dj, Cristian Sake deixa Cristiano Leal “sair para a vida real” e trabalha numa empresa há cerca de 8 anos. Apesar de não ser “o Dj da empresa”, o trabalho, ainda assim, tem a ver com música. Labora numa empresa de audiovisual, que faz caixas para transportar instrumentos musicais, caixas de som, colunas e tudo o que envolve música.

    “O meu primeiro cachet foram 20 euros”

    “No tempo em que comecei a internet era muito diferente do que é hoje em dia e não funcionava, de todo, com esta rapidez. Para arranjar os trabalhos, inicialmente, eu ia presencialmente aos sítios, apresentava o meu trabalho e propunha tocar no estabelecimento. Lembro-me perfeitamente que o meu primeiro cachet foram 20 euros”, diz Sake entre risos.

    O Facebook tornou-se também importante para a divulgação do artista, mas o “passa a palavra” foi definitivamente a ferramenta que o permitiu elevar-se à posição em que está hoje. O Instagram tornou-se uma ferramenta muito forte e que torna tudo extremamente mais fácil para o artista, há cerca de seis anos. Hoje em dia, basta uma mensagem para entrarem em contacto.

    Tornou-se um sucesso. Ganhou mais de cinco mil seguidores em um ano

    Se para quase todos, os anos pós-Covid-19 foram complicados, definitivamente Cristian Sake não se encaixa nesse nicho. “Depois do Covid-19 a minha carreira explodiu. Os meus números no Instagram começaram a crescer cada vez mais e agora, literalmente, estou em todo o lado. Não sei se foi por causa das pessoas me começarem a ver nos locais, mas comecei a ter mais e mais contactos e, felizmente, por enquanto, continuo a ter. Acho que nem tinha mil seguidores nessa época e agora já estou quase nos seis mil. São muitas pessoas a ver-me”, conta o artista.

    Sake diz ainda que optou por não ter ninguém a agencia-lo, sendo o seu próprio agente. Gosta de ser independente e de tomar as próprias decisões.

    De onde surgiu o nome Cristian Sake?

    Escolher um nome é sempre difícil, mas a verdade é que o lousadense confidencia ao TVS que este foi muito simples e prático. “Cristian” vem do próprio nome Cristiano. O Sake vem como inspiração de um humorista português chamado Sakê, com quem sempre se identificou. Na altura achou que “soava bem” e, hoje em dia, quase todos o tratam apenas por “Sake”.

    “Quando vou tocar sei que me transformo completamente. Se as pessoas pagam para me ver e ouvir, eu encaro isto como uma profissão. Mesmo que eu esteja num dia menos bom, tento transmitir que aquela é a melhor festa do mundo! Fico muito efusivo e quem me vê sabe, mas eu gosto de transmitir ao público o que estou a sentir”.

    Grandes artistas passam por grandes palcos, mas todo o palco é grande para um bom artista

    Quando questionado sobre os palcos por onde foi passando e onde deixou a sua música ecoar, Cristian Sake não deixa de referir o dia em que abriu um concerto do KURA, já bastante conhecido. Refere o Vila Lousada, onde esteve presente em várias edições, mais recentemente esteve no Capital do Móvel Summer Fest e, refere ainda, palcos fora do país. É convidado para estar em várias viagens de finalistas, para escolas de vários pontos do país e está muitas vezes fora. Conta que “adora” a proximidade com o público, que essa experiência lhe proporciona, e que “ver pessoal de fora de Portugal, ou até mesmo do Algarve ou dos Açores, a dizer que eu parti a casa toda é um sentimento indescritível”.

    “Tocar para três mil pessoas, pedirem-me autógrafos e fotografias é um cenário que, ainda hoje em dia, eu acho surreal. Ser Dj mudou o rumo da minha vida!”, afirma.

    “Temos de ter consciência que numa hora estamos a tocar para três mil pessoas e noutra estamos a tocar para 100, mas vou com a mesma humildade e com a mesma vontade para as duas situações. Não deixo de fazer o meu trabalho pela quantidade de pessoas que me estão a ver”, acredita o artista.

    “Está nos meus planos continuar com isto por alguns anos, mas não está nos meus planos continuar nisto para sempre”

    Depois de referir que, provavelmente, a carreira de Dj é algo que não levará para sempre, Cristian Sake, ainda assim, não deixa de referir que quer estar sempre ligado à música. Seja de que maneira for. Tudo o que sabe aprendeu sozinho, em vídeos no Youtube, ou até com outros colegas.

    Daqui a 10 anos imagina-se talvez a trabalhar como manager, ou organizador de eventos, mas sempre em contacto com a música. Acredita que nem que fosse a montar palcos, teria sempre um trabalho ligado à música.

    Afirma que nunca prepara um espetáculo. Hoje em dia é muito fácil transportar o equipamento de Dj que é, basicamente, uns fones e uma pen-drive, quando antes precisava de levar um computador atrás. No momento “faço aquilo que eu estiver a sentir”. Não consigo levar uma combinação de músicas preparadas, na altura transmito mesmo o que estiver a sentir.

    É preciso ter muita força de vontade para viver “duas vidas”

    Conciliar a vida pessoal com a vida profissional é, sem dúvida, a parte mais difícil da vida de Cristian Sake. Refere que “é preciso ter muita força de vontade e gostar realmente do meio”. Faz isto por “amor à camisola”, senão “já teria desistido há muito tempo”.

    Além disso, refere que, neste meio, ser humilde, acessível e agarrar a oportunidade quando ela surge é fundamental. Sem isso, não vamos a lado nenhum.

    Apesar de tudo, a profissão “tirou-lhe” muito da vida pessoal. Refere que uma vez aceitou um trabalho na noite de Natal e considera que isso foi uma das “maiores asneiras” da sua vida. Fins de semanas nunca são dedicados à família e sim ao trabalho, mas acredita que o esforço também o leva ao sucesso.

    “Hoje em dia sinto que, cada vez mais, há um apoio por parte dos municípios ao meu trabalho. Acho que os presidentes ou até os vereadores que organizam, por exemplo, o Vila, em Lousada, o Capital do Móvel Summer Fest, em Paços de Ferreira, e até o Feeling, em Felgueiras, fazem cada vez mais pressão para que os dj´s da zona estejam presentes e sejam bem aproveitados e representados. Há uns anos atrás não havia essa questão. Hoje em dia sinto mesmo que se dá uma grande importância a quem é da terra”, afirma Cristian Sake.

    No futuro, deseja, ainda, tocar na Queima das Fitas do Porto, e tocar no Alentejo e Algarve, que são os únicos distritos portugueses que lhe faltam.

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