Um homem de 48 anos, residente em Lordelo, no concelho de Paredes, foi libertado após ter passado 20 dias em prisão preventiva por suspeitas de tentativa de homicídio da ex-mulher — um crime que as autoridades agora acreditam poder ter sido encenado.
O caso teve início a 7 de maio, quando a ex-companheira, de 42 anos, apresentou uma denúncia às autoridades, alegando ter sido alvo de uma tentativa de estrangulamento com uma corda de aço à porta de sua casa. Perante a gravidade das acusações, o Tribunal de Penafiel ordenou de imediato a detenção do homem, que ficou a aguardar julgamento em prisão preventiva.
Contudo, enquanto o suspeito permanecia detido, a mulher apresentou uma nova queixa, desta vez envolvendo o irmão do arguido, que acusou de a ter esfaqueado no abdómen e ameaçado de morte. As novas alegações levantaram dúvidas junto das autoridades, que intensificaram a investigação.
Foi então que surgiram várias inconsistências. Os depoimentos da mulher começaram a revelar contradições, e as perícias forenses apontaram para a possibilidade de o ferimento ter sido autoinfligido. A análise das imagens de videovigilância reforçou as dúvidas, demonstrando que o ex-marido não se encontrava no local da suposta agressão no momento indicado.
Adicionalmente, investigações técnicas apontam para a hipótese de a própria mulher ter enviado mensagens ameaçadoras a si mesma, utilizando um número associado ao nome do ex-marido.
Diante dos novos elementos, o juiz responsável pelo caso decidiu, no passado dia 28 de maio, revogar a medida de coação mais gravosa, libertando o arguido. Apesar disso, foi-lhe imposta a proibição de manter qualquer contacto com a ex-mulher.
O homem e o seu irmão já avançaram com queixas-crime por denúncia caluniosa e falsidade de testemunho. O caso permanece sob investigação da Polícia Judiciária.