O tribunal de Penafiel condenou esta terça-feira, 6 de maio, sete dos nove arguidos envolvidos num esquema de tráfico de droga no Estabelecimento de Paços de Ferreira, ativo entre 2014 e 2019. José Silva, conhecido por “Cabeças” e apontado como líder da rede, foi sentenciado a 11 anos de prisão pelo crime de tráfico agravado.
De acordo com o acórdão, o coletivo de juízes aplicou penas entre oito anos e oito meses e os dez anos de prisão a outros seis arguidos, também pelo crime de tráfico agravado. Dois desses arguidos enfrentaram ainda condenações em cúmulo jurídico, totalizando nove anos e dez meses de prisão, por acumulação com o crime de extorsão a um recluso.
Um dos suspeitos foi condenado a seis anos e oito meses de prisão por tráfico de droga praticado de forma isolada, não estando diretamente na rede liderada por “Cabeças”.
Este julgamento surge na sequência da investigação conhecida como Operação Entre-Grades, desencadeada em 2019, que expôs uma rede organizada responsável por introduzir droga e telemóveis no interior da cadeia, com a conivência de vários guardas prisionais. No total, foram realizadas 52 buscas em prisões, residências e espaços comerciais, tendo sido cumpridos seis mandados de detenção.
Entre os implicados estavam quatro reclusos, quatro ex-reclusos e a mãe de um deles. A investigação já havia conduzido à condenação de vários guardas prisionais, incluindo Manuel Borges, então chefe da Guarda Prisional em Paços de Ferreira, sentenciado anteriormente a 10 anos de prisão.
O tribunal deu como provado que “Cabeças” chefiava uma rede estruturada que fornecia estupefacientes a diversos reclusos, aproveitando-se de cumplicidades internas para contornar os sistemas de segurança do estabelecimento prisional.