No final de 2023, o número de situações de bullying reportadas à Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) tinha crescido 181%. O comunicado, emitido pela associação à época, carateriza o bullying como “uma realidade preocupante, para a qual importa sensibilizar”. APAV dava ainda conta de que grande parte das situações de bullying, cerca de 81,7%, ocorreram no estabelecimento de ensino e que 37,8% da violência exercida nos casos de bullying trata-se de violência verbal, 32,7% refere-se à violência física.
Uma vez que as crianças passam, grande parte do tempo na escola, a pergunta impõe-se: sem descurar o papel dos encarregados de educação, qual é o papel da escola e dos professores?
Pedro Araújo é professor de português na Escola Secundária de Penafiel, é ex-diretor da Escola Secundária de Felgueiras e pai e, por isso, diz olhar para os casos de bullying “com muita preocupação”. Acrescentando que “há aspetos que essa preocupação depois deve mobilizar e que são comuns a um professor, a um diretor de escola e a um pai. Um desses aspetos é a comunicação. Em todos os contextos escolares e familiares é de extrema importância que se favoreça um ambiente de comunicação confiável e confortável entre as crianças/adolescentes e os adultos que com eles interagem. Se as crianças ou adolescentes sentirem que podem confiar e ter a proteção de um adulto, mais facilmente partilham com esse adulto situações que os possam magoar ou perturbar. E, havendo essa partilha, mais perto estamos de prevenir ou de contrariar casos de bullying físico ou psicológico”. Por isso, o docente lousadense considera “importante revermos e, eventualmente, afinarmos os nossos ambientes de comunicação na sala de aula, nas escolas e nas nossas famílias”.
É possível, para um professor, perceber que um jovem está a ser vítima de bullying?
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